sábado, 18 de abril de 2009

Atividade 6.2.2 - Argumentação a favor (RA par)

TEXTO: Variações sobre Arte e Ciência
QUESTÃO: Discussão sobre a especialização em massa dos cientistas

Nos dias atuais e sobretudo no ambiente acadêmico, é clara a grande especialização disponível aos cientistas. Cada vez mais o conhecimento é subdivido e oferecido de forma estanque, com temas bastante específicos.
Exemplo disso pode ser encontrado nas linhas de pesquisas apresentadas por institutos de pós-graduação em nosso país, como é o caso da USP - Campus Bauru:


"Linha 7 - REABILITAÇÃO DAS DEFORMIDADES DENTO-MAXILO-FACIAIS

Compreende estudos sobre deformidades dentárias e do complexo maxilo-facial determinadas pelas fissuras orofaciais e anomalias relacionadas, e, respectivas abordagens preventivas, interceptivas e corretivas."


Percebe-se nesse caso a marcada especificidade da linha de pesquisa, onde o cientista deverá traçar seus estudos baseados nessa premissa de reabilitação das deformidades dentárias e maxilares.
Nota-sa, portanto, que não serão levados em conta dados e conhecimentos acerca do sujeito fissurado labio-palatal, mas sim suas condições ósseo-dentárias, o que pode ser traduzido como uma proposta de estudo bastante específica e não generalista, que abrangeria o sujeito como um tudo.

Outro exemplo de abuso da especialização nos cuidados com seres humanos pode ser encontrado na seguinte linha de pesquisa, apresentrada pelo Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal de São Paulo:


  • Avaliação, Prevenção e Tratamento dos Distúrbios de Audição por meio de Auxiliares de Audição.
    Descrição:
    Intervenção fonoaudiológica na deficiência auditiva através de recursos instrumentais (próteses auditivas).
Encontramos uma "super" especialização, uma vez que esse tema poderia ser englobado em um tema maior e mais abrangente como "Avaliação, prevenção e tratamento dos disturbios auditivos."
Sabe-se que tais disturbios são bastante numerosos e nem todos eles utilizam / necessitam de recuros instrumentais para sua eficaz reabilitação.
Um estudante que opte por uma linha de pesquisa como essa fatalmente acabará restringindo suas possibilidades de atuação e de adquirir conhecimentos amplos acerca do sujeito com quem está lidando e cuidando.

Esses foram apenas alguns exemplos claros de como a especialização de nossos cientistas pode (e vem sendo) bastante negativa para a produção de conhecimento nacional e também para a formação de profissionais da área da saúde.

Uma solução viável, seguindo minha linha de raciocínio aqui exposta, seria criar linhas de pesquisas mais abrangentes e não tão específicas, que permitisse ao cientista pesquisador adquirir conhecimentos que o levassem a um pensamento generalista pois, como torna-se óbvio, quem conhece o todo tem melhores e maiores condições de destrinchar esse todo em pormenores, ao contrário de quem apenas conhece uma parte: nunca se terá noção do tamanho e multiplicidade de onde essa parte está alocada.


FONTES:
www.unifesp.br
www.centrinho.usp.br

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